Sangramento na gengiva, atesta o dentista Hamilton Landi, de Londrina, é indicação de que algo não vai bem, e que é preciso buscar ajuda médica. Esse pode ser um dos primeiros sinais da periodontite, infecção causada por bactérias nos tecidos em torno dos dentes, e que além de problemas bucais pode causar uma doença cardíaca chamada endocardite bacteriana.
O problema de quem tem a doença periodontal, ressalta o especialista, é que a boca se torna um foco constante de bactérias. Elas podem alcançar a corrente sanguínea e o coração, e se tornam um risco, para quem tem pré-disposição, se se alojam na válvula mitral, causando a endocardite. Pesquisas científicas já apontam inclusive que quem sofre de periodontite tem maior incidência de doenças cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC).
Para Hamilton, o novo produto ajuda não só a combater as bactérias, mas a melhorar a resistência dos dentes a elas. ''A cloramina pode ser usada no caso de estomatites, inflamações, halitose por processo bucal, por pacientes expostos a rádio e quimioterapia, pacientes com alto risco de cárie, por quem usa prótese e aparelho, e até por quem está com faringite, tonsilite ou laringite, pela ação bactericida'', afirma.
Hoje, o anti-séptico mais comum, segundo ele, é o clorexidine, que tem uso limitado por afetar o paladar, não ser ativo com micobactérias e ter baixa penetrabilidade sobre a placa bacteriana, além de poder causar manchas.
Agora as pesquisas com a cloramina são para desenvolver um produto de uso profissional, um gel com concentração mais alta da substância para ser aplicado em consultório. (C.P.)
Creme dental auxilia no tratamento da gengivite.
Novidade é o uso de um anti-séptico chamado cloramina em produto com tecnologia paranaense.
Um creme dental que promete realmente tratar a gengivite e outros problemas bucais, como sangramentos, hipersensibilidade, inflamações, placas bacterianas e cáries. Essa é a promessa de um produto com tecnologia paranaense, desenvolvido pelos dentistas Hamilton Landi e Flávio Landi. A novidade é o uso de um anti-séptico bastante comum - a cloramina - mas que nunca havia sido aplicado para esse fim.
A gengivite, segundo Hamilton, de Londrina, é uma resposta inflamatória da gengiva a alguns fatores, bactérias principalmente. Ele explica que a placa bacteriana é um biofilme que ''sempre vai existir'', mas, por algum desequilíbrio, o organismo deixa de ser resistente, resultando na doença gengival ou na cárie. O excesso de açúcar, que fornece ''material'' para as bactérias se reproduzirem, e doenças sistêmicas, como diabetes, são exemplos de causas desse desequilíbrio.
A prevenção, e também uma das formas de tratamento, inclui a boa higiene dental, com uso de escova e fio, e uso de cremes e bochechos. Mas há casos em que mesmo com todos esses cuidados o organismo não ''responde''. E se o organismo não responde, ou se não há cuidados, o perigo é ocorrer a chamada doença periodontal, que pode chegar à retração gengival e até a perda de dentes.
Pode parecer incomum, mas foi o caso da doença periodontal de Flávio, que o fez pesquisar uma nova forma de tratamento. Ele tinha indicação cirúrgica para tratar o problema, mas conseguiu solucionar o caso com bochechos de hipoclorito a 1%. O uso dessa substância, que nada mais é que uma solução menos concentrada de água sanitária, o fez buscar os livros do pai, dentista na década de 40, para pesquisar outras substâncias anti-sépticas.
E foi nesses livros que encontrou a cloramina, largamente utilizada antes do advento dos antibióticos, e até hoje usada como bactericida e como esterilizador de água de piscina. ''Nos associamos a um laboratório de Cornélio Procópio para criar o creme dental e o bochecho. Não descobrimos a substância, mas sim o uso dessa forma'', ressalta Hamilton.
De lá para cá foram oito anos de testes em universidades como a Estadual de Londrina (UEL) e a USP de Ribeirão Preto, até o produto chegar ao mercado, aprovado pela Associação Brasileira de Odontologia (ABO). O creme dental, que recebeu o nome ''Trihydral'', tem solução de 0,2% de cloramina, e já é comercializado, desde maio, em farmácias nas cidades da região norte do Paraná, em Curitiba e em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
O uso desse produto, atesta Hamilton, é especialmente interessante naqueles casos de pessoas mais sensíveis, que mesmo com cuidados constantes de higienização bucal, sempre tem problemas e precisam fazer limpezas profissionais em curtos períodos. Nos casos de sangramento, por exemplo, a redução é de 80% em três a quatro dias. Para hipersensibilidade, afirma Hamilton, é possível perceber mudanças em três dias, bem diferente que outro tipo de creme dental para dentes sensíveis, que apresenta resultados em 20 dias.

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